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O método de Amor com os
Espíritos. Lilith ou alguma de suas filhas se aproximam do homem que deita
sozinho em sua cama, e à mulher solitária se lhe aproxima Samael ou algum de
seus filhos. Todos igualmente são filhos de Lilith e compartilham seu poder.
Ela se aproxima do homem dormente que com certa frequência se desperta entre
seus abraços e deve submeter-se. Somente pode ser rechaçada com muita
dificuldade. Ela luta com ele e toma seu prazer à força. Na fornicação ela tem
a força de um guerreiro. Ele geme em seus braços como quando se tenciona um
arco e solta sua semente.
Para despertar o amante ela
se aparece como uma neblina resplandecente no ar. Sua cor é o da luz da Lua que
brilha através da água. Sua imagem ondula como a superfície de uma lagoa movida
por uma brisa. Se afasta da vista quando se busca com o olho e retorna quando
se afasta a vista. Suas feições se alteram constantemente o mesmo que uma
coluna de fumo nunca é a mesma senão que sempre se renova. Quando o olho
alcança seu semblante é a beleza sublime de uma jovem donzela. Mas quando de
novo o olho a alcança seu semblante é a cara de uma prostituta coberta pelo
pecado. Em um instante se converte na cara de um homem jovem. Logo no estranho
e selvagem semblante de um demônio. Dessa maneira, assim Lilith dança em suas
cascas ante seu amante.
Estas são as maneira que ela
tem de aproximar-se. Descende suavemente sobre a coroa da cabeça. Seu amante a
sente como um frio nevoeiro que cai por seu coro cabeludo e cara. Este sente
umas cócegas e formigamentos ou comichões de onde a parte alta do osso do
crânio se encontra com a cora. Às vezes ocorre que o lado direito da cara se
esfria mas o esquerdo permanece inalterado. Seus olhos pestanejam e lacrimejam
como se os houvessem soprado uma fina poeira. A cócega chega até a ponta do
nariz e dos lábios.
Outras vezes ela ascende
pelas pernas desde as pontas dos dedos gordos dos pés. É como se um espinho
afiado fincasse os dedos dos pés. O frio nevoeiro flui até acima pelas pernas e
as pressiona com um suave peso. O calor deixa a pele dos pés. Os músculos das
coxas se contraem. Um fogo que é como o relâmpago nas montanhas destelha desde
a pontas dos dedos dos pés até os lados internos das coxas e faz-se que todo o
corpo do amante vibre. O cabelo dela roça a pele dele quando se deita em cima e
este pensa que é uma brisa noturna.
Pode suceder que seu contato
somente seja sentido no lado direito do corpo. Às vezes ele sente seu frescor
ao longo da sua costa de onde ela toca o acolchoamento do colchão, porque
Lilith passa através da palha e lã com a facilidade com que um peixe se desliza
através das profundidades. Os cobertores da cama não são nenhuma barreira para
ela, nem uma porta fechada ou janela com persianas impedem sua aproximação.
Seus dedos chegam por debaixo dos ossos do crânio refrescando o cérebro e se
apertam contra o batente coração dentro de sua jaula de cócegas e descansam
sobre o fígado a prazer.
Frequentemente ela realiza
sua aproximação pelo ânus e o membro sexual. Ela descende sobre os quadris com
um tato parecido a um fino tecido e inflama a raiz do membro por detrás dos
testículos. Este se põe ereto. Ainda que ele não tenha pensamento algum de
desejo ela toca a raiz e se faz mais duro e grosso que quando faz com uma
mulher. Ela faz que seu membro se ponha ereto e ele começa a sentir desejo. Mas
não é necessário para ele desejar antes de que ela endureça seu pênis. Seu
toque é suficiente.
Ás vezes ele sente uma
cócega em seu anus como se fosse penetrado. A glande de seu pênis se incha duas
vezes que seu tamanho normal e sua cor troca para o púrpura escuro da uva. Está
frio ao tato e carece de sensações. No entanto quando Lilith o toca ele sente o
fogo do raio golpeando-o desde sua ponta à sua raiz, e seus testículos se
retraem sozinhos em seu ventre. Não são suas próprias carícias senão as do
espírito as que causam esta sensação.
Os tipos de carícias que
Lilith dá ao membro. É uma pressão ao longo de sua longitude como a que exerce
uma mão. Se produz uma cócegas na parte inferior da pele da glande e ao redor
da ponta como o roçar de uma pluma. Se produz uma pressão nos testículos que
causa dor. Se produz uma picada nos testículos. Também se produz uma dureza
dentro da raiz dos testículos. Surge uma dureza dentro da raiz do membro. Se
produz uma cócega dentro do canal do membro à metade de sua longitude. Se
produz um contato suave e úmido na glande como a de um beijo. É uma sensação de
sucção que se absorvem os fluidos do desejo. Isto é como um anel ajustado que
se desliza até abaixo por toda a longitude do membro desde a glande até a raiz
e envolve o membro em um calor pegajoso e úmido.
Lilith encontra deleite
mantendo a luxúria de seu amante. Ela recebe prazer de suas palavras amorosas e
extrai calor de suas fantasias luxuriosas. Ele a pede para soltar sua semente e
finalizar seu atormentado desejo. Ela o provoca com hábeis carícias para que
sua luxúria não decaia, mas nenhuma é conclusiva. Ele está suspendido em uma
cama de fogo que inflama suas sensações sem permitir-lhe uma pausa até ser
levado perto da loucura. Da ponta de sua explosiva glande goteja
incessantemente um fluxo de pérolas transparentes sobre seu baixo ventre
agrupando-se ali. Este é o Lago de prata de Lilith que ela extrai dos fluidos
sexuais soltados por sua intensa luxúria. Estes fluidos são mais abundantes e
também mais transparentes que os liberados durante o ato normal do amor.
Seus beijos são suaves e
úmidos. Eles se grudam na pele e deixam uma sensação de doçura na carne que não
pode descrever-se com palavras. É como a embriaguez do vinho mais fino antes de
que sacie os sentidos, mas mil vezes mais agradável e nunca diminui ou chega ao
excesso. A respiração que sai de seus lábios está perfumada com raras
especiarias. Seu amante a respira e faz seus pensamentos pesados e cobre suas
extremidades com um manto de lassidão. Seu beijo sufoca sua cara. Ele se
esforça por inalar suas exalações. Seu fragrante aroma chega até as mesmas profundidades
de seu ventre e dobra a rigidez de seu membro, assim que ele deseja morrer na
brevidade de sua respiração antes que perder seu beijo. Não há desejo algum
para mover as extremidades. Ele se afoga no vinho de sua letargia.
Com a chegada de Lilith o
coração de seu amante palpita rapidamente com pesados golpes. Salta em seu
peito com a ansiosa alegria de um jovem potro. A seus ouvidos chega uma
campainha de címbalos de prata e um zumbido de abelhas. Um aroma como o do
incenso fica suspenso no ar do quarto. Seus beijos fazem que seus lábios e boca
fiquem secos e terrosos como a areia do deserto. Às vezes surge uma cócega em
sua garganta e o provoca tosse. Ele tira cada respiração com esforço como se o
próprio ar fosse condensado por sua substância. Todos seus sentidos giram. Em
sua cabeça se redemoinha um vórtice.
Finalmente ela provoca o
brotar de sua semente. Verdadeiramente é seu beijo e não o contato de sua
amante que o provoca. A emissão é mais copiosa que a provocada por uma mulher.
Também a sensação é mais intensa, assim que com certa frequência ele grita com
uma mescla de dor e êxtase. O ato sexual com a mulher é como água comparado com
o vinho de suas carícias. Ele se volta até ela com o desejo de seu coração e
abandona o abraço de sua esposa. Frequentemente disso resulta que quando um
homem deita muitas vezes com Lilith ou suas filhas, o amor das mulheres
terrestres não tem poder para despertar seu desejo.
Lilith raras vezes fala a
seu amante enquanto este se desperta quando ela visita sua cama, mas
frequentemente mantem uma conversação com ele quando ela o abraça no sonho. Seu
discurso é provocador e atrevido. Às vezes ela o revela segredos ao que
favorece. Ele vê claramente sua forma com todas suas luminosas cores, e não se
desvanece quando o sonhador mete o olhar por muito tempo sobre ela. Quando
transforma seu aspecto o faz abertamente ante sua vista. Ela copula com ele e
ele derrama sua semente nas matas (pentelhos) contaminando-as. Por isso os
homens que buscam o abraço de Lilith em seus sonhos levam um pano sobre suas
partes quando se encostam para dormir.
Ela se aproxima da mulher
que está sonhando na aparência de Samael a Serpente inclinada. Ele não tem
nenhum membro, mas à sua amante parece que ele possui membros através do
glamour de seus adornos. Para a inocente donzela ele se reveste com o vaso de
um formoso jovem com dourados fios e olhos azuis que a olham com amor. Ela é
seduzida por suas artimanhas e não resiste. Ele entra em seu corpo em espírito
por causa disso seu hímen não se rompe e a viola com seu membro. É mais grosso
que os membros de um homem terrestre e duro como a madeira, mas impregnado de
frio como se houvesse estado em repouso no fundo de um profundo poço.
Se ela começa a resistir a
suas carícias, se enfada e se põe impositivo. A beleza de seu rosto se destorce
com o fogo de sua luxúria. Ele zomba dela e a insulta por seus escrúpulos. Ela
não pode recusá-lo pelo que deve submeter-se a seu desejo. Em frequentes
ocasiões ela o dá de bom grado a seu abraço e se prepara para sua chegada ao
quarto igual que uma Noiva nova se prepara para a recepção do Noivo. Quando ele
está seguro de que ela se rendeu, deixa de lado a máscara de seu engano e se
aparece ante ela em toda a sua arrogância e crueldade. Assim, ela se converte
em sua escrava e deve dar-se a ele tanto que se quer como se tenta
resistir-lhe. Ainda assim, tão potente é seu ato amoroso que poucas são suas
amantes que se atrevem a desfiá-lo.
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