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Os mistérios de
conhecimentos proibidos revelados por Lilith, a Rainha das Prostitutas, a
Lamec, filho de Matusalém, filho de Mehujael, filho de Irad, filho de Enoque,
filho de Caim o Maldito.
Ocorreu na obscuridade da
lua quando Lamec com a mente aflita estava sobre sua cama para dormir, quando
Lilith o presenteou em um sonho. Ele a conheceu pela beleza de seus cabelos
ruivos, resplandecendo em longos cachos como de cobre batido cacheados como as
joias do Egito. O pó de rosas ruborizava suas bochechas. Seus lábios
entreabertos estavam cheios com o suco escarlate da granada. Seus olhos eram
duas envolventes ondas esmeraldas do mar que capturam o sangue do Sol poente
sobre suas cristas. Brancos eram seus dentes com a brancura da neve nas
distantes montanhas, branco seu peito como a palidez da bruma da manhã que
permanece no vale.
Lamec olhou para ela
cuidadosamente, e seu coração o golpeou com desejo. Ele esqueceu os rostos de
suas esposas. Estes se tornaram como crânios esbranquiçados sobre as que a mão
da Morte havia desenrolado um pergaminho no qual escreveu piadas.
“Não temas, filho de minhas
entranhas, porque vim reconfortar a obscuridade de tua alma.” Assim falou ela
com a voz do vento sobre o mar. “Não te conheço”, ele disse. “Tu não eras a
esposa de Matusalém meu pai?”
Ela pousou os dedos de sua
mão, branca como o lírio, em meus lábios e sorriu.
“Escuta e seja sábio. Toda a
semente de Caim e sua semente e a semente de sua semente me foram dadas até a
sétima geração. Infiel, tu és filho de minhas entranhas como o foi teu pai e
seu pai antes que ele. Não me negues! Em breve o sangue de tua mão provará teu
nascimento. Ouça-me e te ensinarei uma sabedoria que não foi pronunciada desde
os princípios.”
Dizendo isto, ela me atraiu
contra seus peitos e me estremeci com suas ardentes carícias até que desmaiei
de prazer e deitei em minha própria desonra. A obscuridade embriagou minha
alma. Desde uma grande altura lá ouvi dizer-me, “Escuta a sabedoria dos Eons e
seja preenchido de entendimento, Oh filho de sangue. Quando despertar pela
manhã pegue pena e tinta e escreve estas palavras em folhas de papiro. Selarás
com argila e esconderás embaixo da terra aonde eu te mostrarei os conhecimentos
das idades futuras.”
Ela falou de muitas
maravilhas ao longo da noite até que o cantar do galo anunciou a aurora. Então,
despareceu deixando um aroma de sândalo. Lamec se levantou de sua cama e
conseguiu pena, tinta e folhas de papiro e escreveu com a língua dos anjos as
palavras que ela lhe havia ordenado.
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